
Segundo o técnico do time de futsal do Colégio Londrinense, Humberto Maccagnan Júnior, na semana passada, o ala/pivô Zico foi vítima dos pedaços de madeira do piso. ''Ele deu um carrinho e entrou uma farpa nas costas dele. Não precisou dar pontos, mas teve que retirar no pronto socorro. É difícil, não tem como ficar assim'', explicou. ''Depois do que aconteceu em Guarapuava os atletas estão com medo'', completou.
Ele observa que os mesários do Tornescolon, campeonato local que reúne alunos das escolas de Londrina, possuem até um martelo para afundar pregos que eventualmente aparecem no meio da quadra. Na segunda-feira, dois alunos de uma escola pública, da região central, chegaram a se ferir, mas sem gravidade.
"Não tem como um jogador de linha dar um carrinho naquele piso. E o goleiro, como ele vai cair no chão para defender uma bola? Como você vai exigir alguma coisa numa situação dessas? É complicado", ressalta Maccagnan.
Na tarde da última terça-feira, a reportagem da FOLHA convidou o engenheiro civil Antônio Carlos do Nascimento, membro do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal) e especialista em perícias, para avaliar as condições do piso da quadra do Moringão. Foram constatados dois pontos críticos, na frente dos dois gols, local onde jogadas como carrinhos ou mesmo quedas de atletas são mais frequentes. No restante da quadra, existem pequenos buracos remendados com esparadrapos e vãos de onde provavelmente foram retirados farpas de até 60 centímetros.
Nascimento explica que o tipo de piso utilizado é formado por ''encaixes macho-fêmea''. ''É muito parecido com assoalhos de antigas casas de madeira. Pelo tempo que o ginásio tem de vida, parece que já foi lixado várias vezes. Isso reduziu a vida útil dele e deixou mais frágil. Também há pontos de podridão (ocasionados pela água que cai das goteiras) que complica ainda mais. Não tem como nem fazer um paliativo'', sacramenta.
Durante a avaliação, um jogador de basquete que treinava arremessos mostrou para o especialista um local de onde recentemente foi retirado pedaço de madeira. ''Existem pontos onde a madeira está prestes a se soltar e deixar sobre o piso objetos pontiagudos. Realmente o estado da quadra, ao meu ver, é lastimável. Já passou da hora de reformar o piso e o Moringão em geral'', ressaltou Nascimento.
O engenheiro acredita que o ideal seria utilizar outro tipo de piso, de preferência emborrachado. ''Tenho visto coisas parecidas em novos ginásios. Já existem materiais alternativos mais modernos que a madeira, com vida útil maior'', afirma.
Quanto à necessidade de utilizar a madeira, devido a características de modalidades como o basquete, a opção seria um tipo de ''madeira mais compacta''. ''Deveria ser uma itaúba ou ipê, que são mais duras e não descascam facilmente. Madeiras de laminação, que soltam farpas, não podem ser utilizadas'', aconselha.
Fonte: Folha de Londrina.
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