O jornalista Jorge Guirado, da Catve, publicou um texto interessante sobre a situação financeira das equipes da Chave Ouro de Futsal. Confira:
Chave Ouro: equipes estão sem dinheiro - Como driblar o problema que atinge nossas equipes?
O assunto não é nenhuma novidade, pois tem se repetido com frequência nas edições das disputas do Paranaense de Futsal.
A falta de dinheiro atinge as equipes, que consequentemente deixam de honrar compromissos ou são obrigadas a realizar cortes de despesas para conseguirem, pelo menos continuar na competição.
Outras desistem antes mesmo do Campeonato começar, como foi o caso de São Miguel e Cianorte.
TOLEDO
Uma das fases financeiras mais problemáticas e que repercutiu bastante nesta temporada foi a do Toledo Futsal, que por não conseguir pagar em dia seu time, perdeu no decorrer dos meses cerca de 70% dos jogadores contratados para defender o time no início do ano.
UNIPA FOZ
Após a vitória sobre o Paraná Clube no último sábado (11) os jogadores da Unipa Foz desabafaram e em suas entrevistas disseram que o time precisa de auxílio urgentemente.
Apesar dos 2 meses de salários atrasados, a equipe está há exatamente 11 partidas sem perder, obtendo um crescimento contínuo na competição.
GUARAPUAVA
Dirigentes do Guarapuava Futsal também declararam que buscam mais apoiadores, que se disponibilizem a ajudar, seja como membro do grupo gestor ou como patrocinador já que muitos que faziam parte e auxiliavam com a folha no ano passado não continuaram com seus contratos nesta temporada.
CORBÉLIA E QUEDAS
O Corbélia e o Quedas perderam peças importantes de seus elencos por conta de ofertas melhores de salários, talvez nem com uma diferença de valor tão grande, mas pela segurança de serem pagos nas datas corretas de vencimentos.
Outra consequência da falta de recebimento de salários, são atitudes tomadas pelos atletas que ficam no grupo, como paralisação de trabalhos e até ameaças de não entrarem em quadra para jogar, na esperança de que suas situações sejam resolvidas.
PALOTINA
A situação do Palotina é muito preocupante.
Lanterna na tabela de classificação, o técnico Fabiano Poffo possui um elenco reduzido, e sem perspectivas de melhoras na competição, lutando para pelo menos conseguir terminar a sua participação nesta fase.
EXCEÇÕES
Claro que como em toda regra, existem grandes exceções felizmente a triste situação não acontece com algumas equipes.
Exemplos disso, são: Marechal e Londrinense que administram as suas equipes como empresa.
No Marechal o planejamento, organização empresarial e busca de recursos escorados por uma Cooperativa, tem sido fatores fundamentais para a continuidade e cumprimento de programação,que é feita sempre com muita antecedência e clareza, antes de cada competição.
O Londrinense é outra boa prova de que um trabalho consciente e estruturado em cima de uma Instituição de Ensino tem plenas condições de ser bem sucedido.
Nos dois casos, os times buscam promoção de suas instituições claro, mas com o planejamento realizado para não macular e manchar o nome das mesmas.
Fazem propaganda de sua marca usando os times e terceirizam o pagamento desta propaganda.
Estas equipes cumprem rigorosamente o orçamento baseado em suas receitas e não na possibilidade de receita por resultados, paixão ou dependência de favores.
Não são pedintes.
São organizados, seu orçamento é definido um ano antes e sempre com uma "gordurinha" para queimar numa contratação extra, caso seja necessário.
Por esta razão dá certo.
Não dão o passo além das pernas, e se muitos times buscam um segredo, fórmula de "sucesso" e o fim das suas preocupações com a falta de verba, seria este, provavelmente um dos caminhos mais seguros, ou o primeiro passo para que as coisas comecem melhorar.
Bom seria se todas as equipes conseguissem cumprir com seus contratos, deveres e honrar compromissos com jogadores dos seus elencos, que afinal de conta possuem contas a pagar e filhos para sustentar.
Texto: Jorge Guirado (publicado originalmente no site da Catve)
Algumas considerações: nenhum clube deixa de fazer uma previsão orçamentária antes de colocar seu time em quadra (quando constatado que não há viabilidade no projeto acontecem as desistências, como a do São Miguel e São José dos Pinhais, nesta temporada).
O problema é que este dinheiro (simplificando a conversa) não existe, pois é apenas uma previsão. Qualquer imprevisto no meio do caminho (saída de investidores, públicos pequenos, entraves políticos, etc...) complica a vida dos clubes que montam seus times tentando aproveitar ao máximo as verbas previstas (até para não ficar muito atrás do nível dos grandes).
É um assunto bem complexo e que carece de mais discussão... Na minha visão, não exite fórmula mágica para que todas as equipes passem o ano com folga em seus caixas. Se isso fosse fácil, certamente não teríamos equipes passando por dificuldades na Chave Ouro (e olha que tem muitas outras que não foram citadas no texto acima).
E você o que acha?
5 comentários:
Caro Jorge,
Reportagem muito oportuna, bem feita e que aborda a realidade crua a nua. Trabalhei em algumas equipes de futsal do Paraná. Em algumas delas levei "calote". Outras recebi por situação de "justiça". Vi muitos times bons serem desfeitos por isso, inclusive um time da liga nacional onde trabalhei e que tinha possibilidades reais de ir para a semi final daquele ano, desfeita por irresponsabilidade de "dirigentes amadores", alguns é claro ou a grande maioria. Vi muitos "pais de família" em situação muito complicada por isso. Nesse tempo todo que tive dentro das quadras e hoje migrei para o Futebol, onde acontece, mas em menor escala do que no futsal, tive a experiência de observar que um dos principais fatores são a irresponsabilidade de alguns dirigentes que saem contratando a torto e direita. A conta é simples meus amigos, recebe 1000, gasta-se 1000. E infelizmente esse processo simples n é seguido por muitos. Não tenho a solução. Mas o problema está aí. Vemos uma chave Ouro infelizmente dessa forma e a chave prata quase acabando, tendo a Federação que "Caçar" equipes para o campeonato. Infelizmente o quadro é esse.
Alguém tem a receita para solucionar a situação???
Glauber Prieto
É Sr. Glauber situação dificil mesmo. Pois de um lado tem a torcida que exige um bom elenco, pelos menos competitivo, de outro lado tem uma diretoria que precisa fazer "das tripas ao coração" para montar um bom time. Tem o planejamento, mas podem haver imprevistos, como a saida de um patrocinador (vide o Santos Futsal), tem ainda as despesas todas de viagens, alimentação, funcionários, despesas médicas, etc. Vejo as pessoas criticarem o Liberato, eu penso que ele (embora eu não o conheça)seja um verdadeiro herói que luta pelo futsal, assim como outros tantos. Digo herói porque não é fácil administrar todos os problemas de um clube. Para o torcedor é fácil, compra o ingresso ou escuta pelo rádio, se o time não vai bem simplesmente reclama, se vai bem fica feliz.
Sugestões: Uma chave ouro, prata e bronze com menos jogos. Os jogos das equipes da liga (entre si) poderiam valer para a chave ouro tbem. Uma primeira fase regional (passando os dois melhores). Sei lá alguma coisa precisa mudar...
Caro Vilson,
Com certeza o que vc colocou é verdade. Como eu disse acima, além dos fatores que vc colocou e bem colocado, existe a má administração de dirigentes. A federação tem a obrigação de criar algum dispositivo que auxilie os times, mas infelizmente eles só pensam no dinheiro. Quanto ao Liberato, ele é um guerreiro. Trabalhei aí no time em 2005 e acompanhei a luta dele e nossa de perto. E imagino que p manter um time do nível do CAD vencedor nesses últimos anos n é fácil n.
Ab!
Sr. Glauber comungo do vosso entendimento. Grande abraço!
Acredito no seguinte...
Se existe resultado dentro de quadra (ou campo) tudo vai bem.Investidores se interessam em investir,a renda melhora muito,existe animo para trabalhar (tanto jogadores como diretoria) enfim...quando a coisa se desenrola dentro das 4 linhas isso é uma especie de imã para atrair só sucesso para uma equipe.Agroa...quando a coisa ta feia dentro das quatro linhas, é totalmente o inverso.Quem tá dentro quer vazar,não existe animo, e quando existe é pouco,renda cai bruscamente,aí como foi falado aí, os sérios tem que fazer das tripas para honrar os compromissos.
Solução? Talvez resultados convincentes dentro das quatro linhas seria um bom começo, tanto no futsal como no futebol.
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